O bem pensar consiste: ou e conhecer a verdade ou em dirigir o entendimento pelo caminho que conduz a ele. A verdade é a realidade das coisas. Quando às conhecemos como são realmente, alcançamos a verdade; de outro modo, caímos no erro. Conhecendo que Deus existe, conhecemos uma verdade, porque realmente Deus existe; conhecendo que a variedade das estações dependem do sol, conhecemos uma verdade, porque, com efeito, é assim; conhecendo que o respeito aos pais, a obediência às leis, a boa fé nos contratos, a fidelidade com os amigos, são virtudes, conhecemos a verdade; assim como cairíamos no erro pensando que a perfídia, a ingratidão, a injustiça, a destemperança, são coisas boas e louváveis.
Se desejarmos pensar bem, temos de procurar conhecer a verdade, quer dizer, a realidade das coisas. De que serve discorrer com sutileza, ou com profundidade aparente, se o pensamento não está em conformidade com a realidade? Um simples lavrador, um modesto artesão, que conhecem bem os objetos de sua profissão, pensam e falam melhor sobre eles do que presunçoso filósofo, que em elevados conceitos e pomposas palavras quer lhes dar lições sobre o que não entende.
Tradução de um trecho do livro: El Criterio de Jaime Balmes
A arte de questionar é intrínseca ao ser humano. Somos por natureza filósofos.
quinta-feira, 22 de abril de 2010
Diferentes modos de conhecer a verdade
Às vezes conhecemos a verdade, porém de um modo grosseiro; a realidade não se apresenta aos nossos olhos tal como é, senão com alguma falta, acréscimo ou mudança. Se se desfila a certa distância uma coluna de homens, de tal maneira que vemos brilhar os fuzis, mas sem distinguir os trajes, sabemos que há gente armada, mas ignoramos se estão à paisana, de tropa ou de alguma outra corporação; o conhecimento é imperfeito, porque nos falta distinguir o uniforme para saber a quem pertence. Mas se pela distancia ou outro motivo nos equivocamos, e lhes atribuímos uma qualidade ao vestuário que não se atribui, o conhecimento será imperfeito, porque acrescentaremos o que realmente não existe. Por fim, se tomamos uma coisa pela outra, como, por exemplo, se cremos que são brancas algumas linhas que na realidade são amarelas, mudamos o que há, pois fizemos da coisa algo diferente.
Quando conhecemos perfeitamente a verdade, nosso entendimento se parece a um espelho no qual vemos retratados, com toda fidelidade, os objetos que são em si; quando caímos no erro, nos assemelhamos àqueles vidros que nos iludem e que apresentam o que não existe; e quando conhecemos meias verdades, poderia comparar-se a um espelho meio apagado, ou colocado em tal disposição que se nos mostra objetos reais, oferece mudanças, alterando tamanho e figuras.
Tradução de um trecho do livro: El Criterio de Jaime Balmes
Quando conhecemos perfeitamente a verdade, nosso entendimento se parece a um espelho no qual vemos retratados, com toda fidelidade, os objetos que são em si; quando caímos no erro, nos assemelhamos àqueles vidros que nos iludem e que apresentam o que não existe; e quando conhecemos meias verdades, poderia comparar-se a um espelho meio apagado, ou colocado em tal disposição que se nos mostra objetos reais, oferece mudanças, alterando tamanho e figuras.
Tradução de um trecho do livro: El Criterio de Jaime Balmes
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Epoché – a arte de suspender o juízo
Descartes localizava a origem do erro em duas atitudes, que chamou de atitudes infantis ou preconceitos da infância:
A primeira é a prevenção, que é a facilidade com que nosso espírito se deixa levar por opiniões e ideias alheias, sem se preocupar em verificar se elas são ou não verdadeiras. Sabe-se que o conhecimento de fé proporciona a uma pessoa acrítica assimilar informações e crenças que deveriam ser questionadas, pois todo consentimento deveria passar pelo crivo da crítica racional.
Todo questionamento é bem-vindo, pois é questionando que esclarecemos vários assuntos e procuramos que as pessoas tenham ideias claras sobre a realidade. Mas como posso saber se as informações recebidas são tendenciosas e/ou ideológicas que interfira na minha vida ou que a mude totalmente? Senso crítico e conhecimento são fundamentais para a autonomia do pensar e arrefecer qualquer forma de influência que nos separe do objeto do conhecimento.
A segunda é a precipitação que é a facilidade e a velocidade com que nossa vontade nos faz emitir juízos sobre as coisas antes de verificarmos se nossas ideias são ou não verdadeiras. Nós, seres volitivos, devemos pensar antes de falar, exprimir, avaliar ou refutar ideias alheias. Um dado importante que pude constatar no município de Barra Velha foi a volitividade em oposição à criticidade. É preocupante o fato de pessoas dentro de uma sala de aula apresentar aquilo que chamamos de “estopim curto”, ao invés de pensarem, “estouram”, principalmente se o assunto for polêmico, e o agravante são os pré-julgamentos oriundos do senso comum.
Não podemos viver num mundo acrítico, sem reflexão por preguiça mental, e, em vez do povo enfrentar os problemas com coragem e propor respostas satisfatórias percebe-se ausência de participação de sujeitos que poderiam ser transformadores da realidade social e até levar outras pessoas a serem também cidadãos ativos na sociedade. Para ser um sujeito crítico da sociedade deve-se libertar de ideologias, da “autoridade” de algumas pessoas e realizar a epoché: antes de emitir um juízo de valor, pensar. Antes de pensar siga os princípios racionais e se passa pelo crivo das três peneiras: verdade, bondade e necessidade. Senão, suspenda o juízo e não abra a boca.
Foi pensando nessas e noutras questões que me motivou escrever este artigo e espero que as reações visem críticas fundamentadas em teorias que sustentem a argumentação. Para superar essa situação proponho a discussão dialética para se elaborar juízos sobre o que se pensa, em vez de pré-julgamentos ou alienação dos sujeitos cognoscentes que não apreendem o objeto de forma reflexiva, clara e objetiva.
Nós, brasileiros, falamos menos mal dos judeus do que Yaveh fala na Bíblia
A primeira é a prevenção, que é a facilidade com que nosso espírito se deixa levar por opiniões e ideias alheias, sem se preocupar em verificar se elas são ou não verdadeiras. Sabe-se que o conhecimento de fé proporciona a uma pessoa acrítica assimilar informações e crenças que deveriam ser questionadas, pois todo consentimento deveria passar pelo crivo da crítica racional.
Todo questionamento é bem-vindo, pois é questionando que esclarecemos vários assuntos e procuramos que as pessoas tenham ideias claras sobre a realidade. Mas como posso saber se as informações recebidas são tendenciosas e/ou ideológicas que interfira na minha vida ou que a mude totalmente? Senso crítico e conhecimento são fundamentais para a autonomia do pensar e arrefecer qualquer forma de influência que nos separe do objeto do conhecimento.
A segunda é a precipitação que é a facilidade e a velocidade com que nossa vontade nos faz emitir juízos sobre as coisas antes de verificarmos se nossas ideias são ou não verdadeiras. Nós, seres volitivos, devemos pensar antes de falar, exprimir, avaliar ou refutar ideias alheias. Um dado importante que pude constatar no município de Barra Velha foi a volitividade em oposição à criticidade. É preocupante o fato de pessoas dentro de uma sala de aula apresentar aquilo que chamamos de “estopim curto”, ao invés de pensarem, “estouram”, principalmente se o assunto for polêmico, e o agravante são os pré-julgamentos oriundos do senso comum.
Não podemos viver num mundo acrítico, sem reflexão por preguiça mental, e, em vez do povo enfrentar os problemas com coragem e propor respostas satisfatórias percebe-se ausência de participação de sujeitos que poderiam ser transformadores da realidade social e até levar outras pessoas a serem também cidadãos ativos na sociedade. Para ser um sujeito crítico da sociedade deve-se libertar de ideologias, da “autoridade” de algumas pessoas e realizar a epoché: antes de emitir um juízo de valor, pensar. Antes de pensar siga os princípios racionais e se passa pelo crivo das três peneiras: verdade, bondade e necessidade. Senão, suspenda o juízo e não abra a boca.
Foi pensando nessas e noutras questões que me motivou escrever este artigo e espero que as reações visem críticas fundamentadas em teorias que sustentem a argumentação. Para superar essa situação proponho a discussão dialética para se elaborar juízos sobre o que se pensa, em vez de pré-julgamentos ou alienação dos sujeitos cognoscentes que não apreendem o objeto de forma reflexiva, clara e objetiva.
Nós, brasileiros, falamos menos mal dos judeus do que Yaveh fala na Bíblia
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